segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Soneto Sem Título

Vasculho no bolso centavos pra viagem,
Viagem esta que não vale um centavo
E, ao meu lado, um velho com bagagem
Carrega dores, fobias e o peito entrevado.

Não que eu ainda esteja no páreo,
Que eu seja azarão, garanhão ou pária...
Gastar o pulmão na pista dum jóquei
Não freia a velhice nos seios da tara.

Espantalhos desdentados me pedem moedas.
Fedores e ferimentos... Sóbrios às vezes...
Onde estão os donos dessas fezes?

Há mais doentes e pobres do que poetas.
Mais cardíacos do que cavalos
E mais fezes humanas do que ratos.

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