sábado, 9 de janeiro de 2016

TERCEIRA URBEVISÃO

Sob o azedo cheiro de urina
Sob a feiura e o relento da esquina
A catadora de papelão
Pede para o café com pão
E recebe o frio, concreto, cimento,
Betume, cobre, papelão e paletó Não.
- Que papelão Praciano!

Sob velhice, pombos e papelão,
Deixo a catadora (vovó?)
E sigo levando na cara a brisa da manhã
Carregada da azeda urina da noite
Enquanto o sol desponta entre edifícios
Apontando pra mão sob os papelões
Segurando um copo vazio com alguns tostões
Enquanto dorme os papelões.

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