Amarelar as plantas, a manhã maldizer
Seja minha tutora, meu cão-guia
Meu mandamento, minha maestria
Amor, não me deixe envelhecer
A macieira carregada para apodrecer
Rio que produz peixes e banhos
Seca secura que devora rebanhos.
Amor, não me deixe envelhecer
Esquecer datas, a boca escurecer
Sentir frio mesmo te abraçando
E cheirar à morte mesmo pulsando
Amor, não me deixe envelhecer
Na velhice, o amor deve obedecer
Falar baixo, desligar a música,
Dormir cedo, amar às escuras
Amor, não me deixe envelhecer
Entrevados ossos para o Nada roer
Seja meu sangue pegando fogo
Quando nas veias ele for cavalo
Disparado no meu corpo dilatado
Por você ter beijado meu rogo.